Em teoria, é fácil manter o corpo em boas condições: basta seguir uma dieta saudável e fazer exercícios.
Tais princípios básicos deveriam ajudar a manter o cérebro saudável também. Mas pesquisas científicas recentes revelam segredos sobre outras formas de manter o cérebro jovem por mais tempo. Veja abaixo algumas dicas.
1. Cérebro ativo
É fundamental manter seu cérebro trabalhando. Mas é bom esclarecer que ler um pouco ou fazer palavras cruzadas não é o bastante.
Aprender algo novo pode fazer uma diferença enorme, por exemplo. Pode até paralisar a deterioração do cérebro.
O programa da BBC How to Stay Young (“Como Permanecer Jovem”, em tradução livre) reuniu um grupo de pessoas com mais de 60 anos para fazer aulas de tênis de mesa. O programa descobriu que o esporte teve um efeito poderoso em seus cérebros – para alguns deles o córtex cerebral ficou até maior.
- Ao começar um novo hobby que testava seus reflexos e a coordenação entre mãos e olhos, eles conseguiram estimular o cérebro para criar novas conexões entre os neurônios.
Tocar um instrumento musical também pode ser útil, já que a tarefa envolve diferentes partes do cérebro – áreas responsáveis pela coordenação motora fina, audição e visão.
Pelo fato de tantas áreas diferentes trabalharem ao mesmo tempo, a parte do cérebro que conecta os dois hemisférios – o corpo caloso – também se exercita.
E vale lembrar que nunca é tarde demais para aprender a tocar um instrumento. Um estudo americano concluiu que aprender a tocar piano melhorou a memória e outras funções cognitivas de um grupo de pessoas com idades entre 60 e 85 anos.
Atividades físicas também são boas para o cérebro. Uma pessoa pode criar mais células na área cerebral que é importante para a memória – o hipocampo – se exercitando.
E não é preciso correr uma maratona ou levantar muito peso para obter estes benefícios.
O programa da BBC descobriu que uma caminhada vigorosa durante uma hora, duas vezes pode semana, pode liberar substâncias que estimulam o crescimento de novos neurônios no hipocampo.
2. Alimentação
A alimentação correta também pode ter um papel fundamental na juventude do cérebro.
Um exemplo é a ilha japonesa de Okinawa, um local onde há um número alto de pessoas que passaram dos cem anos de idade e as taxas de demência podem ser até 50% mais baixas do que nos países ocidentais.
Alguns cientistas acreditam que um dos alimentos preferidos dos moradores da ilha tem um papel muito importante para toda esta saúde: a batata-doce roxa (que tem essa cor em seu interior e não apenas na casca).
Cientistas afirmam que esses legumes ajudam os moradores da ilha a manter uma boa circulação sanguínea, o que faz com que seus cérebros recebam bastante oxigênio.
Levando em conta que deve ser muito difícil encontrar esse tipo de batata em qualquer supermercado, o que devemos comer para ter tanta saúde?
Existem outros alimentos com essa cor púrpura e que têm este mesmo ingrediente “mágico”, as antocianinas, pigmentos vegetais com poder antioxidante que ajudam na prevenção de doenças cardiovasculares, câncer e doenças neurodegenerativas.
Todas as frutas e verduras frescas vão ajudar a manter a saúde, mas frutas roxas como a amora ou verduras roxas como a beringela podem trazer ainda mais benefícios.
Outro alimento a ser levado em conta – e muito popular na cozinha japonesa – é o peixe.
Alguns especialistas afirmam que o ômega 3, um ácido graxo encontrado em alguns peixes, pode proteger as pessoas contra demência.
A dieta mediterrânea também inclui os peixes que têm ômega 3 e a organização britânica especializada em pesquisa e tratamento do Alzheimer, a Alzheimer Society, recomenda uma dieta neste estilo como uma das formas de reduzir o risco de desenvolver demência.
Já os suplementos alimentares com ômega 3 são mais polêmicos. Alguns médicos afirmam que são necessárias mais pesquisas para provar que estes suplementos oferecem tantos benefícios como o consumo de peixes.
3. Progressos na medicina
O futuro parece promissor em termos de tratamentos para o cérebro.
Por exemplo: pesquisadores conseguiram melhorar a memória de ratos idosos injetando neles o sangue de ratos jovens. Esta pesquisa já está em fase de testes em humanos.
Cientistas da Força Aérea dos Estados Unidos afirmam que uma pequena carga elétrica aplicada no couro cabeludo parece fortalecer conexões entre os neurônios.
E, também nos Estados Unidos, pesquisadores trabalham na criação de um implante que seria colocado no cérebro para ajudar as pessoas com demência a formar novas memórias.
4. Socialização
Humanos são animais sociais; precisamos uns dos outros para sobreviver.
Atividades sociais estimulam o cérebro de uma forma parecida com a de atividades como ler e fazer palavras cruzadas.
Assim como aprender coisas novas ou ser fisicamente ativo, atividades sociais ajudam a desenvolver conexões entre os neurônios em diferentes áreas do cérebro.
E as pesquisas também sugerem que as pessoas solitárias têm o dobro de chances de desenvolver o mal de Alzheimer e outros tipos de demência.
Fonte: bbc.brasil